Dica de tortura (pra quem ocê num gosta):Primeiro mande a vítima para uma parada de ônibus. A tortura já começou. Provavelmente ele(a) passará uma hora esperando aquele "veículo". E mais provavelmente ainda ficará em pé esse longo suplício. O clima e a arquitetura do ponto de ônibus estão em perfeita harmonia. Se estiver chovendo, segundo o projeto elaborado com a máxima precisão, a vítima ficará completamente encharcada. E se estiver fazendo o sol de rachar a moleira, como diriam os nordestinos, o ajudante do auxiliar do servente de pedreiro que tem um diploma não-sei-de-quê (não que "ajudante do auxiliar do servente de pedreiro" seja uma profissão indigna, até porque se ele tivesse feito o projeto, como ele é usuário, ele não teria feito aquela merda) pensou nisso. Acho que todo mundo quando criança já pegou as lentes de um óculos e saiu no sol queimando alguma coisa, poisé, a vítima vai se sentir uma formiga recebendo raios ultra-violeta focalizados em um único ponto, ou melhor, corpo. Não que eu saiba como uma formiga se sente, mas presumo não ser nada agradável. É que tem vidros na parte denominada fundo naquela maravilha, que funcionam como lentes. Caso não haja sol, a aglomeração de pessoas vai fazer o indivíduo sentir-se nos crematórios de Auschwitz. O próximo passo será conseguir entrar no transporte público coletivo, atentem para o verbo conseguir indicando a idéia de alcançar, obter, entrar na posse de. Se ele(a) entrar no ônibus (eu disse "se"- se o motorista parar ou se as pessoas penduradas na porta deixarem um local para agarrar. Um pervertido deve estar pensando: eu sei dum lugar pra segurar.) a viagem deverá ser regada por muito suor, alguém falando das "duença", "tóchico", "inframação na vísicula", "rao-x", estudantes do ensino médio ou fundamental falando sobre teoremas que eles não sabem explicar e todo tipo de coisa inimaginável. Sempre lembrando do calor, porque o desconforto da parada é diretamente proporcional ao ônibus, com uma diferença, se estiver sol estará quente (claro!), se estiver chovendo estará quente e abafado. Caso ele resista a tudo isso, espere até que entre no ônibus um jovem ou uma senhora idosa pregando a palavra de Deus, um palhaço vendendo chaveiros e uma bola presa por um elástico que ele joga na sua direção tal qual um "iô-iô" e que enquanto todo mundo não responde "bom dia" ele não pára de encher o saco, um menino vendendo doces dizendo aquelas frases ensaiadas: "Atenção senhoras e senhores ... ". E caso você queira acompanhar o sofrimento de perto, arranje um emprego de motorista, faça curvas fechadas, acelere e freie repetidamente e se o ônibus estiver equipado com alguma aparelhagem sonora, coloque o CD da Roberta Miranda para se deliciar. Seu sádico.
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